Essa história que passo agora narrar, como diz um humorista da “Praça é Nossa”, é um causo “venério”, porém, por motivos óbvios omitiremos os verdadeiros nomes dos participantes da trama, dando nomes fictícios.

Em um reino encantado existiam três famílias tradicionais e abastadas, muito ricas, a saber, Judiciário, Legislativo e a terceira, Executivo: notem bem, isso é apenas um conto de fadas.

Essas três famílias disputavam o poder entre si, cada uma querendo ser mais rica, poderosa, influente e comandar o destino das outras. Dizendo que sem ela isso ou aquilo não existiria, não poderia ser feito, sequer elaborado.

Mas a bem da verdade, como em toda família, quase todos eram gente da melhor qualidade, no entanto, como a história está cansada de demonstrar, é apenas a banda podre que se sobressai e nesse conto de fadas não podia ser diferente.

Pois bem, andavam sempre de conchavos, como se diz, era troca de favores entres as três famílias que não acabava mais, as vezes um filho de uma delas praticava algo errado e lá estava outros rogando a seu favor e assim por diante.

Neste mesmo lugar, que outrora teve fama de ser muito bonito e aprazível, porém, na época em que se desenrola nosso conto de fadas, está praticamente sem condições de habitação em face dos grandes desmandos das três poderosas famílias, e havia uma moça muito bonita e elegante, charmosa e encantadora, chamada patrimônio público, única filha de uma família numerosíssima, paupérrima, chamada povo, ao contrário das outras três famílias, esta era extremamente pobre e sem nenhum tipo de prestigio.

Os filhos pervertidos das três nobres e abastadas famílias, constantemente davam investidas sobre a bela, porém, donzela, mas seus pais não desgrudavam de seus pés e a todo momento davam conselho no sentido de que a moça não deveria nunca cair nas cantadas daqueles jovens mancebos, posto que o que queriam era só se aproveitar dela e pronto.

Ninguém até hoje saber ao certo a origem de tão formosa jovem, que sofria as piores privações em decorrência de sua situação financeira e todos sabemos como é lábia de malandro.

Preocupada com seu futuro e cansada de esperar que a sorte lhe viesse sorrir, tomou a única decisão que acreditou existir, com o objetivo de mudar de sua precária situação de pobreza e miséria.

Por ser muito bonita e elegante, além de ter um grande carisma, a moça logo arranjou pretendentes, conseguindo vender seu corpo para aventureiros.

E a Felicidade? A donzela pura e bela foi infeliz para sempre e os aventureiros, com dinheiro, ao contrário.

José fernandes

04/02/2011